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Prazer em tê-lo aqui. Este blog foi criado para refletir, expor, descrever e avaliar a ação da Igreja nos temas da responsabilidade social e a evangelização na igreja de hoje, usando como pano de fundo os princípios de Lausanne (1974). É nosso alvo expressar em palavras e ações o lema do Pacto de Lausanne do evangelho para todo homem e para o homem todo.
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sábado, 20 de novembro de 2010

MACKENZIE E POSIÇÃO DA IPB SOBRE A HOMOFOBIA

Através deste manifesto, uso do meu direito; garantido pela carta magna, de expressar meu repúdio ao homossexualismo e a qualquer forma de ditadura que tenta proibir a liberdade de expressão. Faço uso público da razão, manifestando não apenas que sou contra toda forma de violência à pessoa humana, como expressão da imagem e semelhança de Deus, mas que também a Igreja Presbiteriana do Brasil manifesta-se contra todo tipo de discriminação, inclusive a religiosa. Manifesto que fui aluno do Mackenzie e que interagi com várias pessoas no ambiente acadêmico e, sequer de longe, presenciei qualquer vestígio de discriminação homofóbia na instituição e por parte dos professores com quem tive contato. Saliento que a decisão do Supremo Concílio da IPB quanto à homofobia, apenas usa do entendimento da Palavra inerrante e inspirada vinda de Deus e dada à humanidade como princípio de ética e espiritualidade e, que esta mesma Palavra nunca propõe ou faz qualquer apologia à discriminação, embora classifique como doença espiritual e pecado, toda forma de sodomia, homossexualismo e lesbianismo. Saliento que vou sempre fazer uso público da razão por entender que participo como cidadão de uma sociedade democrática e isonômica em tese. Manifesto que qualquer forma de repressão a qualquer pensamento, quer religioso, quer filosófico fere a Constituição, fere a liberdade de expressão e fere o cidadão brasileiro naquilo que ele tem de mais nobre - a liberdade ideológica e filosófica, assim como religiosa. Saliento que qualquer pessoa goza de plenos direitos garantidos, mais saliento ainda que ninguém está acima do princípio constitucional de respeitar posição contrária numa sociedade democrática. (ABNER CARNEIRO - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, heterossexual).

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MEU VOTO NESSAS ELEIÇÕES

Estamos na iminência de escolher gestores que vão administrar nosso dinheiro percebido pelo governo em forma de impostos, taxas e tarifas; além de tomar medidas nos âmbitos da educação, saúde, segurança e interferir em assuntos polêmicos, como exemplo, o projeto de lei da homofobia, a descriminalização do aborto, etc.
São áreas que nos afetam diretamente e, por isso; a ignorância proposital ou como forma de protesto assemelha-se ao suicídio coletivo. Por que ao matarmos a vontade política, damos carta branca para que políticos astutos dirijam a máquina do governo sem qualquer tipo de pressão. Sendo assim:

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam. (Arnold Tooynbe)."

Na visão calvinista de mundo, da qual somos herdeiros; não cabem o comodismo, a omissão, a ignorância e nem o egoísmo. Tanto na Genebra do século XVI quanto nos reformadores que vieram depois, havia denúncias contra os monopólios, a especulação financeira e a estocagem de alimentos diante da escassez na oferta de grãos, sendo que estas eram atitudes egoístas e avarentas por parte dos governos. Fazer política partidária não é da esfera da Igreja; entretanto, é legítimo que ela levante a voz profética quando as injustiças socias representam um ataque aos direitos adquiridos, à ética e à isonomia.

Dinte disso, arrisco alguns palpites:

Procure conhecer as opiniões políticas, éticas, morais, econômicas e educacionais do candidato.

Ideias tem conseqüências. São elas “que movem o mundo”. Ao aprovarem leis nas diversas casas legislativas, aprovam-se ideias tidas como as melhores e mais democráticas sobre os mais diversos conflitos sociais, além de se aprovarem leis como fruto de maior representatividade e pressão social.
Veja se ele tem a ficha limpa >> www.fichalimpa.org.br e avalie sua experiência política. O passado político do candidato deve ser um fator determinante para o nosso voto.

Veja se ele tem um programa de governo. Caso tenha, estude e avalie suas propostas e viabilidade.
Não é possível exercer a gestão pública sem planejamento. Se ele não tem qualquer proposta, certamente está mal intencionado. Apenas pela proposta manifestada haverá condições para futura manifestação popular, caso não as cumpra fielmente. Candidato que não possui proposta a ser avaliada, nem mesmo deveria candidatar-se, porque ninguém pode cobrar de quem nada prometeu. Mas se ele as possui, veja se elas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa atentando para o benefício do maior número de pessoas possível.

Não vote em evangélico, meramente por ser evangélico.
Embora a Igreja seja local de salvos pela graça, não ignoramos que ela agrega também todo tipo de hipócrita e estes, como lobos na pele de ovelhas, querem conquistar votos tendo em vista o rápido crescimento das Igrejas em todo o país. Infelizmente o nome “evangélico” já não é mais sinônimo de cristão comprometido com as verdades do Cristianimo. Caso seu candidato seja evangélico saiba dele se deseja servir à sociedade, em vez de governar para evangélicos. Lembre-se que político coerente legisla a favor das causas sociais, tentando diminuir as diferenças econômicas, materiais e humanitárias da população, ainda que tenha preferência por um seguimente distinto. Mesmo que você faça opção por um candidato evangélico, sua escolha será plausível apenas se o candidato possui vocação comprovada publicamente (Confissão de Fé, XXIII, Seção II). Evalie se ele está acostumado a servir o próximo num círculo menor, pois se não se incomoda com as necessidades próximas, muito menos com as distantes.

Não subestime seu voto porque o candidato eleito não vai subestimar a oportunidade que tiver.
Alguns exercem a política como expressão de vocação, mas há muitos que apenas sonham com uma oportudade para beneficiar interesses privados ou de uma minoria, ou seja, querem fazer lobby à custa do teu voto. Faça uso do sufrágio da mesma forma como você faz um investimento. Não gastamos nosso dinheiro suado sem antes planejar e poupar e; ao investir, procuramos a melhor oportunidade com bom-senso e sensibilidade para não jogarmos dinheiro no lixo. Voto é investimento financeiro e pessoal, pois através dele delegamos aos governantes a forma como vão administrar os tributos, tarifas e taxas que pagamos pelo alimento, vestuário, bens duráveis e bens de consumo; assim como delegamos a maneira como interferem nas condições de trabalho, previdência e geração de renda e emprego. Não se esqueça que para muitos a política é um exercício de status, poder, influência e sede de dinheiro.

Não confunda homem público com sacerdote.
Nos tempos bíblicos, a esfera de soberania do Rei era distinta da esfera de ação dos profetas e sacerdotes. Um governante, ainda que ímpio, é ministro de Deus (Rm 13. 4). Ainda que lícito, a Igreja evangélica não deve esperar um governante cristão, porque ele vai governar um país e não uma religião. Basta que ele mantenha o compromisso da manutenção aos direitos fundamentais e coletivos expressos na carta magna.
Portanto, faz parte dos deveres dos que presidem, o respeito e a defesa dos pilares fundamentais da democracia tais como os direitos à vida, à cidadania, à dignidade da pessoa humana, à promoção do bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, religião, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Garantindo ainda os direitos à plena liberdade de associação, à liberdade de consciência e expressão do pensamento, à liberdade de crença, à garantia do exercício de cultos religiosos, assim como da proteção aos locais de culto e suas litugias.
As garantias presentes no artigo 5o da Constituição são direitos fundamentais e, como cláusulas pétreas não podem ser modificadas. Sendo assim, não é seguro e nem legítimo que projetos de leis que firam a Constituição, sejam aceitos naturalmente.

Se hoje aceitamos abrir mão do direito de expressar opinião diversa a grupos minoritários, amanhã quais direitos fundamentais teremos que renunciar?
Embora, laico em sua natureza, deve-se observar que o Estado mantém autoridade instituída por Deus (Rm 13. 1-2), razão pela qual sua soberania não é plena e, em casos de grandes injustiças sociais e de ataques aos bons princípios morais perpetuados na sociedade, é dever da Igreja manifestar-se como a consciência do Estado. Não cumprindo seu papel de luz e sal na denúncia dos males e injustiças sociais, morais, econômicas, etc., ela torna-se co-partipante dos erros e, por sua vez, igualmente passível da justiça retributiva de Deus.

"Tudo o que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.
(Edmund Burke)."
"Somente podemos ser mortos uma vez no combate, porém várias vezes na política." (Churchill)

Algumas opiniões de quem ama a democracia, o Brasil e a Igreja de Cristo peregrinando neste mundo.

Rev. Abner Carneiro
Igreja Presbiteriana de Caraguatatuba